Cynthia Okoye, aluna da African Leadership Academy, foi galardoada com o Prémio Bill Gates Sr. em reconhecimento da sua notável investigação e liderança social. Recebeu o prémio no mês passado com outros dois bolseiros. O prémio foi criado em honra do pai do filantropo bilionário Bill Gates.
Cynthia está atualmente a estudar um doutoramento em farmacologia na Universidade de Cambridge e ganhou em parte pelo seu trabalho de investigação, mas também pela sua paixão pelo avanço da ciência em África. É co-fundadora da rede Africa in STEM em Cambridge, que destaca os contributos científicos dos africanos em STEM e proporciona meios para estabelecer ligações, partilhar ideias e colaborar. Também tem estado ativamente envolvida com a Sociedade Africana em Cambridge.
“A ciência e os cientistas africanos ainda enfrentam grandes barreiras em termos de entrada no terreno e têm de combater o racismo estrutural no seu percurso”, afirma. As redes que ajudou a fundar são uma ferramenta importante na construção de percursos para os cientistas africanos.
“Para os cientistas sediados no continente africano, a falta de financiamento é frequentemente citada como um obstáculo importante. Para resolver este problema, será importante que os governos, os doadores e os investidores africanos dêem prioridade à investigação científica. Há também outros obstáculos, como o fornecimento irregular de energia eléctrica, o acesso limitado a reagentes e consumíveis de laboratório, etc., que teriam de ser resolvidos”, afirma.
Mas quando os cientistas negros africanos conseguem entrar nos seus respectivos campos, enfrentam frequentemente desigualdades raciais sistémicas, o que constitui um grande obstáculo. A autora cita um relatório recente da Royal Society of Chemistry, segundo o qual não existem professores de química negros no Reino Unido e menos de 1% dos investigadores principais em disciplinas científicas são negros.
Trabalhou como bolseira de investigação na SUNY Upstate Medical University em Syracuse, N.Y., e no National Institute of Health em Rockville, Md, e também ensinou ciências no ensino secundário nos Estados Unidos e na Nigéria.
“No entanto, há esperança”, diz Cynthia. “Sou uma forte defensora da orientação e participo ativamente em vários programas de orientação! A orientação é excelente, mas devemos ter sempre presente que a orientação não vai resolver os problemas sistémicos existentes. Terão de ser adoptadas políticas adequadas para colmatar estas lacunas. Mas as coisas estão a mudar. O aumento da conetividade global através de plataformas em linha tem sido um fator-chave na mudança do panorama em torno destas questões. Tenho esperança de que, daqui a 10 ou 20 anos, haja mudanças positivas visíveis”.
A Cynthia obteve os seus A-Levels em biologia e química na ALA em 2014, antes de se licenciar em Química com uma concentração em Bioquímica e Biologia Molecular no Williams College, MA, EUA. Em 2018, foi-lhe atribuída uma bolsa de estudo Bill Gates Cambridge Scholarship e está agora a tirar um doutoramento em Farmacologia na Universidade de Cambridge, onde investiga a forma como os organismos causadores de doenças atacam o corpo, para melhor informar a conceção racional de medicamentos e terapias.
Trabalhou como bolseira de investigação na SUNY Upstate Medical University em Syracuse, N.Y., e no National Institute of Health em Rockville, Md, e também ensinou ciências no ensino secundário nos Estados Unidos e na Nigéria.
